Por:Alexandre
NBR 15575
Oct 2018
A norma técnica NBR 14.718 – Guarda-corpo em Edificações encontra-se em etapas finais da revisão. Esta revisão iniciou em 12 de fevereiro de 2017 e a expectativa é de que seja publicada até o final deste ano.
Criada em 2001, a norma foi revista pela última vez em 2008 e terá ajustes mais relevantes que garantirão a segurança das obras.
Lembramos que é sempre importante ter um responsável técnico pelo projeto e pela instalação dos guarda-corpos.
Importante ainda dizer que devem ser feitos testes em laboratórios de ensaios para verificar o atendimento aos requisitos da NBR 14.718.
É bom dizer que a norma é sempre uma referência, auxiliando inclusive a na área jurídica caso aconteça algum acidente e haja um processo judicial. E para que os profissionais tenham um parâmetro a ser utilizado.
Dentre as alterações propostas por medidas de segurança, está a altura dos guarda-corpos. Esta altura deve voltar para 1100 mm. Na revisão de 2008, esta altura havia sido reduzida para 1000 mm, o que é muito mais arriscado, conforme explicou Valter Galdino, professor e membro da comissão que revisa a norma. Isto trará maior alinhamento com recomendações já feitas por diversos corpos de bombeiros no país.
Um destes ensaios que devem ser realizados é o teste de impacto de corpo mole, que deve ser feito para um impacto de até 600J.
O ensaio de carga de segurança serve para avaliar a função do guarda-corpos, após uma sobrecarga eventual. Na prática, isto ocorre em tumultos, impactos violentos, colisões, entre outros. Neste casos, deve ser realizada avaliação estrutural do guarda-corpo e, se necessário, o guarda-corpo deve ser substituído.
Neste ensaio, após a aplicação da pré-carga e da carga de uso, é aplicada uma carga de segurança equivalente a 1,7 vezes a carga de uso (680 N/m ou 1 700 N/m). Isto varia de acordo com o uso (privativo ou coletivo, respectivamente).
A deformação horizontal sob esta carga deve então ser limitada a 150 mm, garantindo assim a função do guarda-corpo. Estas cargas são determinadas através de um equipamento chamado deflectômetro.
À princípio não haverá testes específicos para ferragens e demais componentes de fixação. Elas são testadas no conjunto completo. A NBR 14718 prevê que o fabricante apresente projeto com elevação e cortes, em escala, contemplando todas as partes do sistema, os materiais e os acabamentos.
Outra questão é que a atual norma trata de forma geral sobre área privativa e coletiva. Está sendo proposto acrescentar especificações para locais como estádios, por exemplo.
Na norma atual, no item que trata da pré-carga e carga de uso, é previsto que não deve ocorrer ruptura de qualquer de um de seus componentes e não deve ocorrer afrouxamento ou destacamento de componentes e dos elementos de fixação.
Ainda de acordo com a norma, quando os guarda-corpos forem submetidos à pré-carga (200 N/m), a deformação horizontal não deve ser superior à superar 7 mm.
Já a deformação horizontal sob carga (deslocamento do peitoril) com aplicação de carga de uso (400 N/m ou 1 000 N/m, conforme o uso privativo ou coletivo, respectivamente), não deve superar 20 mm.
A deformação horizontal residual deverá ser limitada a 3 mm, após retirada da carga de uso.
Aguardamos ansiosos pelas melhorias nas normas, lembrando que o SiAC/PBQP-H em sua nova versão de 14 de junho de 2018, prevê, nos requisitos complementares para obras de edificações, a obrigatoriedade de implementação de procedimentos de execução de serviço para guarda-corpo. Isto reforça a importância do tema, cujo tratamento deve ser iniciado na fase de projeto das obras.
O PDE – perfil de desempenho da edificação, exigência também do SiAC/PBQP-H, deve prevê a elaboração de projetos de guarda-corpo e a obra, em seu plano de controle tecnológico, deve descrever de que forma será realizada a verificação de conformidade deste importante elemento das nossas obras.
Espero ter contribuído!
Abraços e até o próximo!
Por Alexandre A Prosdocimi
Construtor, consultor e auditor