Por:Alexandre
NBR 15575
Dec 2019
Quais devem ser as principais mudanças na norma de desempenho para edificações habitacionais – a NBR 15575?
Damos continuidade ao nosso resumo sobre os principais pontos propostos na reunião realizada pelo GT da Comissão de Estudo de Revisão da Norma de Desempenho.
Falaremos agora sobre as mudanças propostas na avaliação do desempenho lumínico, apresentada pelo Dr. Fernando Oscar Ruttkay Pereira, relator do grupo de trabalho de desempenho lumínico.
O foco da revisão é o desempenho da iluminação natural trazendo, principalmente, a revisão de critérios estáticos para dinâmicos e métodos mais compatíveis e robustos.
Foram excluídos da avaliação, nessa proposta apresentada, os critérios, métodos e requisitos para o desempenho lumínico artificial por dois motivos principais: normalmente as residências são entregues sem sistema de iluminação artificial e por já existir norma que contemple o assunto, a ISO NBR 8995, voltada, na verdade, para ambientes de trabalho.
No entanto, acho importante manter parâmetros mínimos para a iluminação artificial visto que resultados têm apontado insuficientes níveis de iluminação em garagens e escadas, que são entregues já com luminárias.
Também foram excluídos os itens referentes às premissas de projeto e aos requisitos de comunicação com o exterior para a avaliação do desempenho lumínico natural.
Ou seja, a revisão se dará basicamente no critério de simulação e de medição in loco considerando o FLD – fator de luz diurna.
Ainda segundo o Dr. Fernando, os critérios atuais são baseados em medidas de iluminação limitadas e desatualizadas, possuindo ainda alvo (de 60 lux) inadequado. Não levam em consideração, por exemplo, as variações da luz natural ao longo do dia (temporal, espacial, de conteúdo espectral, tipo de céu – claro, com nuvens…).
No caso da simulação, um aspecto negativo apresentado na norma vigente é a utilização do método gráfico apresentado no algoritmo da ABNT NBR 15215-3, que não foi elaborada para essa finalidade. Além disso, o método de simulação possui outras imperfeições, como:
Ou seja, muitas suposições que, na verdade, não garantem um ambiente bem iluminado.
Na proposta atual não seria considerado o centro do ambiente, mas a sua área completa. Também propõe avaliar a influência do entorno construído na disponibilidade de luz natural.
Quanto ao método de avaliação por medição in loco, a proposta é deixá-la de fora da norma, podendo ser orientativa apenas, devido aos diversos fatores que influenciam a medição em um único momento.
Em resumo, a nova proposta pretende assegurar iluminâncias satisfatórias durante uma fração significativa das horas diurnas numa fração do plano de referência dos ambientes.
Isto será feito, basicamente, por dois métodos:
Método 1: Simplificado, através de ábacos.
Método 2: Simulação, através do parâmetro sDA – autonomia espacial da luz natural, ou seja área onde determinada iluminância é alcançada em metade das horas.
Desta forma, os critérios irão prever parâmetros para a suficiência (250 lux) e a uniformidade (100 lux) para 50% do tempo alvo. A área a ser coberta pelos parâmetros atendidos determinará o nível de desempenho lumínico natural alcançado.
O valor de 250 lux ainda é inferior ao adotado na Europa e nos Estados Unidos.
A princípio, nessa primeira proposta, não haveria parâmetros diferentes para avaliação de ambientes térreos.
Não deixem de ler também, em nosso site, sobre as principais mudanças quanto ao desempenho térmico e acústico para edificações habitacionais propostos para a nova NBR 15575.
Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos e auxílio quanto ao atendimento à norma de desempenho, elaboração e análise de projetos e inspeção de obras.
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Alexandre Prosdocimi