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Nova versão da NBR 15575: o que deve mudar no desempenho térmico?

Desempenho NBR 15575

Por:Alexandre
NBR 15575

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Dec 2019

Quais devem ser as principais mudanças na norma de desempenho para edificações habitacionais – a NBR 15575?

A Prosdocimi Consultoria traz, em três publicações, um resumo de alguns dos principais pontos propostos na reunião realizada pelo grupo de trabalho da Comissão de Estudo de Revisão da Norma de Desempenho.

Começamos a nossa série falando sobre as mudanças propostas quanto à avaliação do desempenho térmico.

De acordo com o apresentado pelo Prof. Dr. Roberto Lamberts, relator do grupo de trabalho de desempenho térmico, os principais aspectos que influenciam no desempenho térmico são o clima, a envoltória de edificação e as cargas térmicas internas.

O que buscamos com os requisitos de desempenho térmico é, sem dúvida, assegurar um melhor conforto térmico para o usuário. O que é bastante subjetivo, pois envolve a percepção de calor de cada pessoa e fatores psicológicos. Sendo assim, o que a norma busca é assegurar uma faixa de temperatura operacional (e não exatamente o conforto térmico) entre 18 e 26 graus de forma natural, visto que o condicionamento (à principio) está fora da norma.

O desempenho térmico é avaliado levando em consideração as oito zonas bioclimáticas do nosso país conforme a NBR 15220. Essa classificação só deve ser alterada na próxima revisão da referida norma.

O procedimento simplificado descrito na atual NBR 15575, que considera basicamente a transmitância térmica das paredes e das coberturas em função da absortância solar deve ser mantido, bem como a avaliação das áreas de ventilação.

Porém o procedimento simplificado não limita a área de vidro, pois foi pensado em habitações de interesse social e não deve ser usado onde há expressiva área de esquadrias, por exemplo. A proposta de mudança pretende limitar a área máxima de vidro para o uso do método, além de considerar vidros de controle solar e sombreamento.

Outro problema do método simplificado atual é não considerar a degradação dos materiais para determinação da absortância.

Por fim, outra dificuldade é que o método simplificado não considera  a emitância térmica em superfícies externas em chapas metálicas.

A proposta é que a revisão da norma elimine parte desses problemas.

O método por medição, meramente informativo,  deve ser mantido como está.

Quanto ao método de simulação, atualmente são considerados apenas os dias típicos de verão e de inverno e a residência desocupada. Além disso,  esse método considera apenas uma taxa fixa de renovação de ar, praticamente desconsiderando a ventilação, que é uma das grandes estratégias bioclimáticas.

As recomendações de melhoria incluem:

  • a análise da residência durante o ano inteiro.
  • considerar as unidades em uso e suas cargas térmicas internas (pessoas e equipamentos.
  • analisar a residência com ventilação natural e a carga térmica de condicionamento para condições muito quente ou muito fria.
  • comparar a unidade habitacional com ela mesma, em um sistema construtivo conhecido e com um desempenho térmico mínimo, considerando sua temperatura interna máxima.

Desta forma, de acordo com a proposta apresentada, a análise do desempenho térmico da envoltória consideraria características de referência. Além disso, o percentual de horas de ocupação dentro da temperatura de ocupação seria considerado para avaliação do desempenho mínimo. As condições de refrigeração ou aquecimento  seriam levadas em consideração para avaliação de desempenhos intermediários e superiores.

Ainda em avaliação, a proposta apresenta ressalvas de especialistas e construtores em função, principalmente, do modelo de referência adotado.

Há vertentes que defendem, por exemplo, o uso da temperatura do ar externo como padrão de referência, visto que esse padrão sugerido pelos revisores é ainda muito baixo e pode não proporcionar um ganho real de qualidade. Isso contrapõe àqueles que defendem que ”o que passa hoje, tem que continuar passando”.

A condição de referência na proposta continua sendo a parede de concreto, que é o principal sistema utilizado no MCMV. E os parâmetros mínimos também não mudam com a nova proposta.

A proposta será ainda discutida e simulada até que seja validada e apresentada novamente.

Mas não resta dúvida de que, se nós queremos um projeto de alto desempenho, é a simulação que devemos buscar, que é a melhor forma de fazer a avaliação. O método simplificado é muito limitado e deve ser usado somente em situações muito particulares.

E é fundamental que a análise do desempenho, não somente térmico, mas também lumínico e acústico, seja realizada na fase de concepção da arquitetura e nunca após a sua finalização.

Não deixem de ler também, no nosso site, as principais mudanças propostas para o desempenho lumínico e acústico na ABNT NBR 15575.

Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos e auxílio quanto ao atendimento à norma de desempenho, elaboração e análise de projetos e inspeção de obras.

Contem conosco.

Alexandre Prosdocimi


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